M16

Astrofotógrafo: Fabio Palleze

Outros nomes do Objeto: M16, NGC 6611, Nebulosa da águia

Tipo: Aglomerado Aberto

Constelação: Serpente

Distância: 7000 anos-luz

A Nebulosa da Águia (Messier 16, NGC 6611[1]) é um jovem aglomerado estelar aberto localizado na constelação de Serpente. O objeto foi descoberto pelo astrônomo francês Jean-Philippe de Chéseaux em 1745-46 e seu nome deriva da forma da nuvem interestelar protoestelar em torno do aglomerado, que lembra uma águia.

Charles Messier redescobriu-o independentemente em 3 de junho de 1764, mencionando que as estrelas do aglomerado pareciam “imersos em uma nuvem de poeira”. William Herschel, descobridor de Urano, e seu filho John Herschel perceberam apenas o aglomerado em suas observações, não mencionando a nebulosa no New General Catalogue (NGC); esta foi catalogada apenas em 1908 no Index Catalogue (IC) sob a designação IC 4703.[2]

A fotografia da nebulosa pelo Telescópio Espacial Hubble, tomada no início de abril de 1995, ficou conhecida como os “Pilares da Criação”, e mostra pilares de gás estelar e poeira contida na nebulosa.

Situa-se aproximadamente 7 000 anos-luz em relação à Terra e sua magnitude aparente é igual a 6,4, sendo fracamente visível a olho nu, mesmo em excelentes condições de observação. É um sistema relativamente jovem, em termos astronômicos, com apenas 5,5 milhões de anos.

A nebulosa é vista com precisão mesmo em telescópios amadores de pequena abertura. Um telescópio com abertura de 4 polegadas é capaz de ver cerca de 20 estrelas em um céu noturno sob boas condições. Nesses telescópios, é possível observar que a nebulosa é dividida em três partes e também é possível visualizar algumas manchas negras. É mais bem vista em fotografias, embora os “pilares da Criação” possam ser vistas com telescópios de abertura de 0,25 metros.[2]

A nebulosa associada ao aglomerado aberto foi fotografada primeiramente por Edward Barnard em 1897 e é parte de uma nebulosa de emissão difusa, uma região HII, região de gás e poeira que recentemente, em termos astronômicos, começou a formar novas estrelas. Foi incluída  como a entrada IC 4703 no Index Catalogue por Isaac Roberts. Situada a cerca de 7 000 anos-luz de distância, localiza-se na esfera celeste na constelação da Serpente e no braço da Via-Láctea imediatamente a frente ao braço onde se situa o Sistema Solar, o Braço de Sagitário, em direção ao núcleo galáctico. Formou-se da nuvem gasosa e poeirenta, que é a própria nebulosa da Águia, agora propriamente iluminada devido à radiação de alta energia emitida pelas suas estrelas jovens e quentes. Ainda está em processo de formação estelar, visível em suas “manchas escuras”, os pilares da Criação.[2]

Tem cerca de 5,5 milhões de anos de idade, segundo o Sky Catalogue 2000.0 e Woldemar Götz, como sugere a presença de muitas estrelas quentes da classe espectral O6. Foi classificado como II,3,m,n, segundo Götz e segundo a classificação de aglomerados abertos de Robert Julius Trumpler, onde a classe I refere-se aos aglomerados mais densos e a classe IV aos menos densos; a classe 1 aos aglomerados com pouca diferença de brilho entre seus componentes e a classe 3 aos que tem grande diferença de brilho; e a classe p aos aglomerados pobres em estrelas, m para aglomerados com a quantidade de estrelas dentro da média e r para os ricos em estrelas.[2]

Sua estrela mais brilhante tem magnitude aparente 8,24 e seu diâmetro aparente é de 7 minutos de grau, o que corresponde a um diâmetro real de 15 anos-luz. Em fotografias CCD, a nebulosa se estende muito mais, alcançando um diâmetro aparente de 30 minutos, correspondendo a 70 anos-luz. Embora se aceite que a distância da Nebulosa em relação à Terra seja de aproximadamente 7 000 anos-luz, outros astrônomos informam diferentes valores: Kenneth Glyn Jones estima sua distância em 5 870 anos-luz e Götz estima em 5 540. Götz também afirma que o aglomerado aberto associado à nebulosa é um dos mais luminosos conhecidos, com uma magnitude absoluta de -8,21.[2]

Fontes

1 – SIMBAD Astronomical Database». Results for NGC 6611. Consultado em 16 de novembro de 2006

2 – Hartmut Frommert e Christine Kronberg (21 de agosto de 2007). «Messier Object 16» (em inglês). SEDS. Consultado em 27 de maio de 2012

DADOS TÉCNICOS

Local e data de aquisição: Zona rural de Serra Negra/SP-Julho de 2019

Escala de Bortle: 4

Tempo de exposição total: 2:30 horas (sub exposições de 300 segundos)

Aplicados darks, flats, dark flats e bias

Equipamento:

– Telescópio de imageamento: Newtoniano Celestron 130 mm/f5 modificado

– Montagem: Skywatcher Heq 5 pro

– Camera de imageamento: Canon 700Da astromodificada com filtro Baader BCF e refrigerada

– Telescópio de guiagem: Gso 50mm

– Câmera de guiagem: QHY5L II Mono

– Corretor de coma Baader Mk III

– Polemaster Eletronic Polar Scope

Software

– Captura: APT – Astro Photography Tool 3.50

– Calibração e empilhamento dos frames : Deep Sky Stacker

– Processamento de imagem: Adobe Photoshop Cs2

– Guiagem: PHD Guiding 2

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