Campanhas Anuais de Exoplanetas
2018 | 2019 | 2020 | 2021
O Alfa Crucis sempre procura fazer ciência de forma a contribuir com a pesquisa de profissionais. Uma das formas encontradas foi fazer o acompanhamento de trânsitos de exoplanetas conhecidos e, desde 2018, 12 trânsitos já foram observados pela nossa equipe.
Nosso trabalho começa com o PLANEJAMENTO.
Para saber quais exoplanetas apresentam condições de observação viáveis, considerando a localização de nossos observatórios e a instrumentação disponível, usamos um utilitário desenvolvido pelo Denis Kulh, o Exoplanner. Após a inserção de todas as informações pertinentes, como coordenadas do observatório, capacidade instrumental, fases da Lua, horário do flip do meridiano, crepúsculo astronômico e poluição luminosa, o programa nos oferece uma lista de exoplanetas que se encaixam em nossas possibilidades.
Com o planejamento finalizado, estamos prontos para a AQUISIÇÃO.
Na data correta, a sessão de aquisição é programada para que a captura comece e termine com 30 minutos adicionais, como margem de segurança. O tempo de exposição de cada imagem é definido na própria data, pouco antes do início, e varia de acordo com a estrela e as condições do céu. Flats, bias e darks também são adquiridos na mesma noite.
Durante 2018, as aquisições foram feitas com a equipe presente nos Observatórios ÓRION (Carlos Colesanti) e TUGA (Sergio Silva).
Em 2019, o Observatório ÓRION foi robotizado, produzindo muitos dos dados com que trabalhamos naquele ano. No final de 2019, ele foi destinado somente a pesquisas de estrelas variáveis cataclísmicas, novas e outros transientes.
Com a automação do TUGA no começo de 2020, as aquisições de trânsitos foram concentradas nesse observatório, que passou a ser operado remotamente pelo Sergio. Nas noites de aquisição, a equipe se reúne online para acompanhar o trabalho.
Com os dados em mãos, partimos para a FOTOMETRIA DIFERENCIAL.
Usando o software AstroimageJ (AIJ) e o detalhado roteiro de redução elaborado por Dennis Conti, referência mundial em exoplanetas, obtemos a curva de luz da estrela através da comparação de seu fluxo luminoso com o de outras escolhidas no mesmo campo, imagem a imagem. Com a curva de luz, evidencia-se quando uma parte dos fótons recebidos da estrela é bloqueada pela passagem do exoplaneta à sua frente. Desenvolvido especialmente para a redução de dados de trânsitos de exoplanetas, o AIJ é um dos melhores softwares para a realização desse tipo de fotometria diferencial.
Ao alimentar bancos de dados como o ETD e a AAVSO, os astrônomos amadores estão contribuindo com os profissionais que têm exoplanetas como objeto de estudo.
Para o futuro, além das campanhas de acompanhamento de exoplanetas confirmados, novos projetos estão sendo desenvolvidos, como o auxílio na confirmação de falsos positivos com os dados do telescópio TESS (uma parceria entre a AAVSO e a NASA) e um programa de busca e descoberta de novos exoplanetas.
Renata Treü | Novembro 2020